23 de agosto de 2009

FAZENDO A PONTE






Desde que me recordo, existe em mim uma profunda ligação á natureza.
Sempre a procurei de um modo expontãneo e quase inconscientemente. Mas acerca de dois anos , num local remoto, no amago de uma montanha , senti a natureza a comunicar-se internamente comigo , como se me convidasse a nutrir-me nela.
Uma incrível sensação de bem estar emergiu quando me apercebi que a natureza era muito mais do que simplesmente via.
Como se o meu coração expandisse para fora do meu peito experimentei a sensação de um "calor" afectuoso e meigo a envolver-me num profundo abraço que me encheu de vitalidade, harmonia e confiança.
Intui então a natureza como uma fonte energética poderosa capaz de, provocar reacções nas pessoas individualmente e em grupo. Capaz de despertar a consciência superior do ser humano, fonte da sua natureza mais elevada , oculta no interior de cada um.
Este despertar permitiu-me um aumento do amor e do respeito por mim mesma e como consequência uma maior e mais respeitosa reverência pela natureza.
Compreendi então que a natureza é , desde sempre , a minha maior supridora de energia materna e que sempre contribuiu para o meu equilibrio e crescimento.

Esta percepção levou-me a buscas e investigações intuitivas que acabaram por desaguar num mar de informações cognitivas que poderei sintetisar no subsequente:

Todos nós nascemos com uma certa dose da chamada carência materna .

Esta carência natural ocorre desde o nascimento e uma das suas funções é induzir-nos a apreciar os reinos da natureza , que convivem connosco em constante doação , e que, tal como o ser humano , também estão em processo de evolução.

Faz parte do desenvolvimento humano, aprender a sintonizar a atenção com estes reinos , respeitando-os nos seus planos de existência e contribuindo para a sua evolução. Tratando-os com carinho e amor, sem tentar invocá-los para propósitos egoístas.

"Ao atentarmos para este processo estamos também a estimular e a exercitar o lóbulo direito do nosso cérebro, ainda tão pouco utilizado pelo homem. E como consequência disso vamos despertando a nossa sensibilidade, a nossa criatividade, a nossa intuição , e passamos a expandir a nossa percepção sobre a exuberância e o mecanismo mutante e perfeito que todos os reinos da natureza engendram."(1)

Ao apreciarmos a beleza destes reinos de forma desprendida , eles fornecem-nos energia automaticamente, preenchendo boa parte da nossa carência materna, fazendo-nos sentir vitalizados, em harmonia e em paz.


Assim grande parte dessa carência materna é naturalmente suprida através das energias fornecidas pela Natureza.

Manifestando-se por intermédio das plantas, das flores, dos minerais, dos ventos, dos mares, dos rios, dos lagos, etc., a Mãe Natureza é uma fonte inesgotável de energia que muito atrai os que são carentes de afeição materna e todos os que preservam o seu salutar equilíbrio.

Algumas pessoas com esta carência já exacerbada , mas inconscientes disso ,procuram lugares ermos da natureza, para repor as suas energias , e ficam por vezes ,aprisionadas psíquicamente ao aperceberem-se que só se sentem bem quando se encontram nesses locais. Na ausência de consciência da origem da sua carência tornam-se dependentes, passando a creditar que a sua felicidade está atrelada a esses locais.

Por outro lado existe um outro tipo de indivíduos, que ao enfrentarem situações difíceis nas suas vidas, sofrem o agravamento das suas carências dessa energia materna , e em reacção a isso procuram inconscientemente vingar-se , tornando-se destruidores da natureza , desafogando nela as suas frustrações.


Esta vingança expressa-se por várias maneiras, tanto na forma como a pessoa lida com as plantas, os animais, as flores, a própria água, o vento,as florestas etc, como na forma como lida com o seus corpo físico, como se alimenta , o tipo de substancias que ingere , as horas de descanso que se permite, etc.


Também como resultado da manifestação destas carências, ocorre um disputa inconsciente entre aqueles que observam o valor da natureza , como importante fonte de abastecimento de energia para todos , e aqueles que procuram vingar-se do mundo , destruindo ou rejeitando tudo o que a natureza possa representar . As fontes desses estímulos, que impulsionam a pessoa a agir , são portanto as mesmas , ou seja , as suas carências maternas.

Porém , a maneira como se manifestam em cada indivíduo, dependendo do estágio em que se encontra emocionalmente ,são de polaridades opostas , ou seja, representam as duas faces da mesma moeda.

É bom ter presente que uma das razões da existência natural de tal carência em todas as pessoas é que ela é, em si mesma, oportunidade de desenvolvimento emocional e mental . Como parte do processo de desenvolvimento da nossa evolução há necessidade de tomarmos consciência quanto à preservação do nosso habitat natural, para que possamos continuar a usufruir das condições físicas básicas para a nossa sobrevivência no futuro. Pois tais condições são indipensaveis á continuidade do nosso processo de denvolvimento mediante as vidas sucessivas a que retornamos neste plano físico até efectiva lapidação.
Esta carência materna funciona como catalisador do discernimento da lei da causa e do efeito , transformador da responsabilidade e experienciador do livre arbitrío.


Longe de se esgotar, por aqui, o assunto , até porque , os relacionamentos humanos são também fonte de suprimento da mesma carência materna , atenta a finalidade e natureza deste artigo, já vai extensa a informação que, por si só, é já o suficientemente desafiadora para despoletar reflexão e reapreciação da nossa REAL relação com a Natureza.

Ela não é tão distante quanto nos possa parecer ser .

Neste tempo de férias se nos permitirmos observar como nos relacionamos com a natureza talvez tenhamos fortes oportunidades de avançar um pouco mais no conhecimento acerca de nós mesmos, como seres individuais, sociais e civilizacionais.

Talvez possamos entender um pouco mais sobre a intenção das nossas carências e a forma de as suprir.

Talvez as causas dos incêndios, do desbastamento das nossas florestas e da insalubridade dos nossos rios e das praias se tornem mais discerníveis.Mais próximas.

E, talvez o abandono dos animais domésticos nos revelem mais sobre o grau de consciência do consciente da humanidade sobre o propósito das suas carências.



Por fim, talvez, a CRISE que esta humanidade atravessa, seja acolhida como mais uma OPORTUNIDADE .

- Oportunidade para quê?
- Oportunidade para reflectir, pensar,investigar, buscar descobrir a verdade.
... Só quando o Ser Humano começa a conheçer a verdade é que começa a ficar ciente do caminho que percorre e se ele é, ou não, o correcto.


Fazendo ponte.
Rosa Maciel


(1)Franc Josef.

* Perto do local onde a Mariana descreve a sua vivência no post anterior

Nota: Este texto acolhe a Inspiração de TROGAN, uma luz em Atlãntida

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