27 de maio de 2009

PARABENS PASSARINHO

OÁSIS DOS MEUS DESERTOS





"A Bondade , o Amor e a Beleza não são negociáveis"

Foi a lição que me propus aprender ao acolher-te no ventre .
No exacto momento da tua concepção senti anunciada a tua Presença;
Seria de novo mãe e deste vez de uma menina.
Vinte e um dia depois, três horas após a ciencia ter confirmado aquela intuição , o chão branco da casa de banho cobriu-se de vermelho.
Ante a possibilidade de te perder apercebi-me da força do amor que já sentia por ti , mesmo sem rosto, mesmo sem forma. Amava a vida dentro da minha vida.
A determinação em te manter , guardar e proteger no meu ventre foi mais forte do que qualquer outro sentimento ou pensamento.
Rompera-se a placenta mas o amor criou uma cintura , um anel, uma nidificação, uma ligação inquebrantáveis.
Belíssima lição que tua vida intra-uterina me trouxe e que me fez aprender a iluminar e a transformar a dor em luz, o medo em Amor , o ego(ísmo) em auto-sacrifício e união.
Dezasseis anos se passaram!
E há dezasseis belos anos que me proporcionas indizíveis complementos de profunda aprendizagem da linguagem do Amor.

Querida e inseparável companheira que bela experiência ! Ser Mãe de uma menina = parto permanente da luz do feminino!
Obrigado pela doçura constante com que me nutres a cada despertar matutino .
Obrigado pelo sorriso lindo com que me embalas antes de me entregar ao sono.
Obrigado pelo abraço com que me acolhes sempre que me afasto de ti.

Parabéns Mariana
Feliz aniversário Inspiração.

A propósito, AMO-TE.( e o resto...).

ROSA MÃE.

20 de maio de 2009

DIVINA MÃE

" A não ser que o Ser Humano conheça a verdade, nunca poderá estar certo de que o caminho que percorre é o correcto".(1)



A busca da Rectidão de atitude e de acerto no caminho são desafios que nos apontam desfiladeiros estreitos, estreitíssimos, que não raras vezes persistimos em não atravessar.



Privilegiamos a comodidade, o rápido, o atalho, o confortável, o conhecido e o seguro," o pronto-a-vestir" as auto-estradas e as grandes avenidas da vida na convicção de que ao evitarmos os caminhos e as estradas estreitas ou sinuosas, e também os desfiladeiros, teremos maiores hipóteses de encurtar o caminho e em economizar o tempo, quando o espaço e o tempo foram feitos para serem usados e experimentados.

Predispomo-nos até a " pagar portagens " para que alguém ou algo nos facilite o deslizar do caminho, a imperceptibilidade da distância e a supressão do esforço até sermos sucessivamente confrontados com a decepção.

Buscávamos uma verdade pronta a usar e acabamos usados pelas palavras certas da ilusão.Por isso, na maioria das vezes só começamos a captar a verdade através de várias decepções.

No começo vem o marasmo do desespero ou o desânimo da depressão para logo se nos abrir as portas para o discernimento. Quando nada mais resta a não ser a necessidade ou a coragem de dobrar as esquinas do medo a busca iniciática aconteçe.

Compreendemos então, que para se ver a luz da verdade é preciso alcançar a habilidade de caminhar pelos nossos próprios pés e trilhar todas as vicissitudes e provas do caminho, incluindo , se necessário for, rastejar e tactear pelos desfiladeiros e abismos até atingirmos a capacidade de caminhar com integral equilíbrio e autodomínio , sem o perigo de se escorregar na vertigem.

È assim que se supera o medo e se desvela o mapa do território do destino traçado para o encontro com a nossa essência , e, através dela, com a verdade.

Claro que o Divino sabe disto tudo e tem conspirado a nosso favor , doando-nos o seu amparo através de indizíveis formas e programas que têm orientado a nossa humanidade na instrução que assegura passagem nos exames mais difíceis do processo evolutivo : AMOR, TOLERÂNCIA, MODÈSTIA, PACIÊNCIA, SENTIDO DE MISSÃO, TRANSFIGURAÇÃO….


Ao longo das Eras temos tido muitos instrutores e amparadores enviados pelo Plano Espiritual mas hoje cumpre-me homenagear um, MARIA.

MARIA , uma das revelações da Mãe divina, Conhecida entre nós como , A virgem Maria , a Mãe de Jesus, A Nossa Senhora , a Aparição , acolhida e interpretada pela visão católica que nos é mais próxima como , A Nossa Senhora de Fátima.

A visão e a experiência que eu tenho de Maria sempre transcendeu a representação através de uma imagem, de um altar ou de um templo, no entanto carrego comigo uma imagem da Nossa Senhora de Fátima à cerca de um quarto de século. Uma Herança exotérica que uma parte minha não pode deixar de acolher.

Desde criança que a pressinto e intuo como a Mãe, o lado Feminino do Poder Supremo , a linguagem materna de Deus ( o Espírito Santo), a Nutridora , um Espirito Supremo. No entanto, nunca deixei de me enternecer com a beleza de todas as imagens que a tentam representar na forma humana.

Sempre que invoquei o seu auxílio, o manto da sua nutrição e amparo ou simplesmente a sua presença , os meus olhos perdiam-se nas copas e nos ramos das árvores, no manto azulado do Céu ou no brilho do espelho das águas calmas de um lago. Porém, sempre gostei de ter a imagem representativa de MARIA por perto e de a visitar nos templos.

Não é que venere a imagem, mas de quando em vez dou comigo a piscar-lhe o olho, a enviar-lhe um beijo, a fazer-lhe uma carícia, a dirigir-lhe uma alusão ou um desabafo humorísticos. E , nesses momentos de tremenda entrega e profunda autenticidade, a minha mente interpreta e o meu coração sente, por uma fracção de segundos, a Mãe Divina encarnada naquela imagem de Gesso.

Mesmo sabendo e compreendendo que Deus é um Poder Supremo que perpassa de um lado para o outro e se difunde em todas as partes de todos os Universos, e por toda a natureza, do qual deriva a vida de todos os seres vivos gerados e não criados ,e que, a Mãe Divina é a expressão da polaridade feminina desse poder.

E ainda que as minhas visões internas não tenham qualquer correspondência a imagens ou personagens do imaginário ou simbolos de familiaridade ou peculiaridade humanas . Mesmo assim , momentos existem em que sinto o apelo ancestral de "pedir colo " a uma imagem.

Estas questões nunca me preocuparam até ao momento em que necessitei de esclarecimento interno quanto á atitude correcta a ter na manifestação da minha fidelidade ao divino no que concerne á contemplação, devoção e adoração.

- Porque é que nunca me senti presa a imagens nem a templos? Porque é que nunca necessitei de templos para Contemplar, Orar e Adorar, e, não obstante , sempre gostei de uma particular Imagem de Maria, ao ponto de ter uma sob a minha guarda e protecção!E mais tarde de experimentar uma lógica consciênte que me revelava que o lugar dessa imagem é a minha sala de meditação?!


Esta foi uma contradição que fui chamada a integrar .

- Porque nos sentimos, impelidos a fazer e a contemplar imagens daquilo que não pode, na verdade, ser representado. E dividimos o divino em Deuses e Deusas atribuindo-lhes histórias e nomes?!
- Esta atitude não cria condicionamentos e prisões a falsos Deuses? Não gera retardamento na expansão da consciência? Não atraí obstáculos á fusão com a nossa essência e á circulação das energias Espirituais e das correntes e frequências Cósmicas ?!
- Afinal o objecto de adoração é o DEUS, O NOSSO SENHOR, O PAI/MAÊ, o não representável, a não forma!

Na altura ainda tinha alguma dificuldade em compreender que todas as religiões e livros sagrados constituíram dimensões reveladas do Plano Divino, provenientes do mesmo Canal, com origem na mesma fonte e expressão do mesmo Poder Supremo. Todas elas destinados a instruir a humanidade na proporção da escala evolutiva da época em que surgiam e de acordo com os inerentes níveis de consciência , meios ou poderes de frequência.

Não resultava ainda claro, para mim, que toda a confusão, sofrimento e manipulação resultantes do fanatismo e da separabilidade foram gerados pela incorrecta e deficiente interpretação feita pelos egos humanos da substãncia das mensagens e não pela ausência de pureza ou falta de idoneidade dos ensinamentos contidos nos livros Sagrados .·

Na ausência desta consciência aquelas perguntas exigiam respostas sob pena de subjugação ao preconceito e á carência de tranquilidade no exercício do respeito pela liberdade das diversas formas de expressão e de devoção religiosa.
Mas como já se tornara hábito fizera as perguntas e aguardava confiante que a resposta chegariam na hora e circunstancias adequadas à sua melhor compreensão .


Estava eu muito descontraída a ler a história de uma lenda (A Sacerdotisa de Avalon) quando de repente, fico assombrada com a resposta de uma menina a uma simples pergunta:
“ - o que é que te faz gostar das bonecas que tens em casa, quando sabes que não são bebés verdadeiros?
A resposta foi:
- Porque posso agarrar nelas e fingir que são os bebés que hei-de ter quando crescer . È difícil amar uma coisa que não tem nome nem rosto.
Aí estava uma boa resposta seguida de uma boa explicação:

"- Nas nossas mentes podemos compreender o Deus Supremo, mas enquanto estivermos nos nossos corpos Humanos, neste mundo rico e variado, precisamos de imagens para que possamos ver , tocar e amar. E cada uma delas mostra-nos uma parte do poder Supremo, e todas as partes juntas dão-nos ideia do todo.”(2)


Compreendi então o para quê da minha ligação a uma imagem de Maria e o porquê de, apesar dessa ligação, estar ciente da Mãe divina e alcançar consciência Universal direcionada para o Conhecimento do todo ;
Com efeito a simplicidade dessa ligação garantiu-me e garante-me a expansão da consciência no respeito do que em mim é humanidade.
Muito fica ainda por dizer sobre as muitas lições da Divina Mãe, tudo a seu tempo.

Por enquanto fica a homenagem á Divina Mãe que neste mês de Maio é tão Grata á ALMA DE PORTUGAL.

Com amor de Rosa.

Autoria das citações:

(1) in , O Livro do Conhecimento. M. Y. V.

(2)in , A Sacerdotisa de Avalon. Marion Zimmer Bradley e Diana L. Paxson