Ultimamente tenho deparado com vários seres que se queixam de vivenciar uma profunda depressão. Muito poderia escrever sobre isso mas muito pouco contribuiria para ajudar a aliviar um estado de alma que muitas vezes é confundido com doença Psicofisiológica.
Não se trata de um mal mas de uma necessidade de acordar. A depressão é apenas o princípio do fim de um estado de coisas que vão contra o nosso verdadeiro estado de Ser e que por isso nos impedem de aceder à nossa alma e sabedoria interior.
Porque a vivi, permito-me partilhar o seu resultado ilustrado num desabafo que registei quando preparava as minhas sessões do curso de crescimento pessoal no mês de Janeiro do ano 2005. Espero com isto deixar um rastro de luz no coração daqueles que sofrem sem saber porquê.
Na infância recebi tantas mensagens de “não mostres o que sentes”, “não digas o que pensas” e “não confies nos outros”que acabei por me transformar num mestre em subtilezas. O meu amor pelo outro tornou-se num tesouro escondido e expressava-se não tanto naquilo que dizia mas no que fazia. Erguera-se uma muralha de defesas impermeável que protegeu toda uma vida alicerçada num equilíbrio frágil entre a abnegação e a sublimação. Todas as torrentes eram filtradas por uma espécie de barreira subtil mas altamente controladora.
Um dia o dique rebentou. Passei a fazer e a dizer o que pensava e sentia sem olhar a consequências e durante um curto período de tempo fui feliz. Porém, não estava ainda preparada. Além do mais, tornara-me presa fácil de um ser disfuncional.
Enredei-me nas malhas de uma teia complicada e apesar da minha intuição emitir os sinais de perigo eminente, o ego no seu empenho em se afirmar e em obter felicidade a todo o custo facilmente subornou a mente com argumentação falaciosa.
Mas os senhores do carma não " perdoam" e as consequências impuseram-se de forma implacável.
O ego ferido retaliou e a minha mente nunca foi tão laboriosa, ruidosa e bélica. Foi porém uma guerra perdida, a vingança não fazia parte da minha natureza. Tal caminho não era o meu, mas
na ausência dessa consciência iniciei as batalhas próprias de quem não percebe nada de guerrilha. O resultado revelou-se numa incomensurável ausencia de sentido.
Esmagada por sentimentos de injustiça insuportáveis deixei-me acolher no complexo da culpa incontornável.
O ego não aguentou, desintegrou-se mas a disfunção parecia começar a ocupar-se da mente, a aniquilação a franquear-me as fronteiras e o suicídio a seduzir-me tentador.
Confusa e esgotada estaquei no limiar do abismo onde a vertigem do sofrimento se revelava para além do suportável.
Não se trata de um mal mas de uma necessidade de acordar. A depressão é apenas o princípio do fim de um estado de coisas que vão contra o nosso verdadeiro estado de Ser e que por isso nos impedem de aceder à nossa alma e sabedoria interior.
Porque a vivi, permito-me partilhar o seu resultado ilustrado num desabafo que registei quando preparava as minhas sessões do curso de crescimento pessoal no mês de Janeiro do ano 2005. Espero com isto deixar um rastro de luz no coração daqueles que sofrem sem saber porquê.
Na infância recebi tantas mensagens de “não mostres o que sentes”, “não digas o que pensas” e “não confies nos outros”que acabei por me transformar num mestre em subtilezas. O meu amor pelo outro tornou-se num tesouro escondido e expressava-se não tanto naquilo que dizia mas no que fazia. Erguera-se uma muralha de defesas impermeável que protegeu toda uma vida alicerçada num equilíbrio frágil entre a abnegação e a sublimação. Todas as torrentes eram filtradas por uma espécie de barreira subtil mas altamente controladora.
Um dia o dique rebentou. Passei a fazer e a dizer o que pensava e sentia sem olhar a consequências e durante um curto período de tempo fui feliz. Porém, não estava ainda preparada. Além do mais, tornara-me presa fácil de um ser disfuncional.
Enredei-me nas malhas de uma teia complicada e apesar da minha intuição emitir os sinais de perigo eminente, o ego no seu empenho em se afirmar e em obter felicidade a todo o custo facilmente subornou a mente com argumentação falaciosa.
Mas os senhores do carma não " perdoam" e as consequências impuseram-se de forma implacável.
O ego ferido retaliou e a minha mente nunca foi tão laboriosa, ruidosa e bélica. Foi porém uma guerra perdida, a vingança não fazia parte da minha natureza. Tal caminho não era o meu, mas
na ausência dessa consciência iniciei as batalhas próprias de quem não percebe nada de guerrilha. O resultado revelou-se numa incomensurável ausencia de sentido.
Esmagada por sentimentos de injustiça insuportáveis deixei-me acolher no complexo da culpa incontornável.
O ego não aguentou, desintegrou-se mas a disfunção parecia começar a ocupar-se da mente, a aniquilação a franquear-me as fronteiras e o suicídio a seduzir-me tentador.
Confusa e esgotada estaquei no limiar do abismo onde a vertigem do sofrimento se revelava para além do suportável.
De repente desliguei. Como que por magia, tudo parou. A vida imobilizou-se , a memória ausentou-se até que ondas gigantes começaram a rebentar bem no âmago do meu peito.
Estava inexoravelmente entregue a forças irresistíveis que me eram totalmente desconhecidas.
Flutuei e deslizei pelas águas do rio do esquecimento até me ver desaguar no lago da existência.
Flutuei e deslizei pelas águas do rio do esquecimento até me ver desaguar no lago da existência.
De princípio foi o vazio ,depois ,a pouco e pouco, senti desabrochar em mim uma espécie de discernimento,uma paz e uma harmonia indescritíveis. Colhi entretanto a notícia de que chegara a hora de largar aquelas águas. Ressurgiu a apreensão mas uma energia amorosa emergiu com a notícia de que é impossível desistir. Tranquilizei-me e direccionei o olhar para as margens daquele lago magnífico. Enquanto inspeccionava o terreno verifiquei que a vida encontrava-se naquelas margens à minha espera. Aguardava-me sorrindo e com tudo aquilo que deixara por fazer.
Compreendi então que não poderia ser de outro modo, levantei-me e apesar de hesitante deixei-me deslizar ao seu encontro . Contemplei-a, era muito bela! Não lhe vislumbrei qualquer fealdade:
- O que é que falhou? Questionei-a.
Ela continuou a sorrir.
- Fui eu? Foram os outros?
Permaneceu o silêncio.
Fixei-a de novo para logo voltar o olhar para o lago na procura do meu reflexo nas suas águas. Um brilho cristalino resplandeceu e no esplendor daquela luz compreendi finalmente não necessitar de qualquer imagem de suporte. Para viver basta um pouco de luz.
- O que é que falhou? Questionei-a.
Ela continuou a sorrir.
- Fui eu? Foram os outros?
Permaneceu o silêncio.
Fixei-a de novo para logo voltar o olhar para o lago na procura do meu reflexo nas suas águas. Um brilho cristalino resplandeceu e no esplendor daquela luz compreendi finalmente não necessitar de qualquer imagem de suporte. Para viver basta um pouco de luz.
Foi então que perssenti uma inocência renovada e redescobri que por trás da minha vulnerabilidade e fragilidade residem toda a força e toda a coragem necessárias a qualquer percurso.
Avancei decidida no caminho mas mal reiniciara a jornada já os ventos do medo sopravam na minha direcção, senti-os no rosto a secarem-me as mucosas . Pestanejei sem me deixar intimidar e devolvi-lhes um sorriso de compreensão:
-Trazem-me lições novas?!Está certo, mãos à obra, faça-se o que é para ser feito.
.
Enquanto isto, aconcheguei os punhados das sementes do amor e da alegria que instintivamente guardara, apertadinhos, nas minhas mãos e murmurando baixinho tranquilizei-as:
- semear-vos-ei sempre que os ventos se mostrarem de feição.
O AMOR E A ALEGRIA rejubilaram e do fundo do lago a uma só voz ecoaram:
- QUE ASSIM SEJA..
Rosa Maciel 07/O1/2005
Com todo o carinho de quem descobriu que a vida é uma escola imperdível. Rm:~)
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