Aceitação |
Não Julgamento
" Quem decidir assumir-se como Juiz da Verdade e do Conhecimento é afogado nas gargalhadas dos Deuses"
( Albert Einstein)
Muito embora, ultimamente, os Deuses não revelam grande disposição para rir, tal é a sua ocupação com o Plano da Salvação e supervisão de inúmeros programas destinados a Despertar a Humanidade para que ela se salve dela própria, a verdade é que aquela frase despertou o meu interesse.
E
despertou o meu interesse porque ela contem o reconhecimento implícito de que o conhecimento é interminável (Albert Einstein bem o sabia) mas sobretudo,
porque constitui, uma chamada de atenção para a persistência da tendência automático -compulsiva da humanidade em candidatar-se e fidelizar-se na “
carreira de Juiz ”, e isso tem muito que se lhe diga..
A bem da Verdade, Julgar tem sido uma actividade
em que o carácter da espécie humana se tem saído muito bem.
De uma maneira ou de outra, Já todos fomos testados e, provamos possuir uma grande capacidade para Julgar:
Já
julgamos muitas pessoas, muitas situações, muitos comportamentos, muitos pensamentos, muitas
intenções e até valores;
Já
julgamos as Acções e as omissões, as motivações dos outros e até mesmo as dos
Deuses;
Já
Julgamos a cor da pele, a linguagem gestual, o odor corporal, a forma de
vestir, o modo de falar, a maneira de sorrir o jeito de expressar…
Já
julgamos histórias e relacionamentos, lágrimas e sentimentos.
Já
julgamos o valor da vida, os sonhos, as convicções religiosas, filosóficas e
científicas.
Já
julgamos as origens, as raças e as etnias, a cultura, a arte...
Já
julgamos a sanidade, a normalidade, a subjectividade e até já julgamos a
diferença só por ser diferente.
Já
julgamos o desconhecido e a novidade só por não os conhecer.
Em
todos os sentidos, estamos todos, como espécie, muito bem treinados nessa
actividade.
Treino
esse, que nos tem empurrado para os automatismos de precipitar conclusões sobre
nós mesmos, sobre o que nos acontece, sobre os outros mas e acima de tudo sobre
a novidade e o desconhecido.
Muitas
vezes chamamos a essa actividade de intuição, dedução, presunção, comparação ou
juízos de primeira impressão mas poucas vezes nos questionamos sobre quais são
os critérios que usamos nos nossos Julgamentos.
Uma
das coisas que constatei, ao vigiar as subtilezas dos pensamentos e
julgamentos, foi que a simples actividade de Julgar contem já, em si mesma, o
julgamento implícito de considerar o julgador superior aquele que está a ser
julgado. Dá por isso uma falsa sensação de segurança, superioridade ou poder.
E
foi então que me questionei:
-
Que direito tenho eu ou teremos nós de julgar quem quer que seja e o que quer
que seja?
-
O que é que nos confere esse direito?
Busquei
as respostas e no plano do mundo encontrei mil e um argumentos e razões susceptíveis
de justificar ou fundamentar esse direito mas nenhuma delas me preencheu de paz
ou saciou. Já nos meios Divinos e Universais, encontrei apensa uma Lei. Nada
sobre direitos, mas uma única lei e princípios aplicáveis, e essa lei versava sobre
o não Julgamento.
Essa lei recomenda por
diversos meios e formas não perder ou gastar tempo com interpretações argumentações,
justificações, comparações e muito menos criticismos , Julgamentos, expectativas ou direitos.
Essa Lei Universal é a
Lei da Aceitação.
Tal
lei revela com toda a simplicidade e
tranquilidade que, quando nos apressamos a julgar alguma pessoa ou situação, estamos
a rejeitar o potencial de uma experiência libertadora e por isso a rejeitar o
que a vida está a colocar na nossa frente como oportunidade de progresso.
Quando
não aceitamos uma pessoa, uma circunstância ou uma vivência estamos a recusar integrar
alguma característica nossa, ou a
rejeitar acolher uma oportunidade de solução
de algo por resolver… E por isso o que está na nossa frente é apenas o nosso carma não resolvido, isto é ,
as lições de evolução ou de progresso por aprender.
Actualmente, essa lei Universal, apresenta-se
complementada por uma nota de roda pé, que informa sob a forma de aviso que,
nos tempos de hoje, todos os confrontos e conflitos existências ou sociais fazem
parte de um Programa Cósmico. E esse Programa contem em si mesmo um potente potencial
de energia para resolver e limpar carmas passados não resolvidos. Só são necessárias lucidez e força de vontade para se beneficiar desse Programa.
Julgar,
é perder tempo, pois além de já sermos graduados com distinção nessa
actividade, também já sentimos e experimentamos na pele e nas células que esse
é um diploma que só serve para aumentar uma infindável carga de trabalhos e um
infinito e ensarilhado novelo de perturbações mentais e emocionais.
Quando batemos na porta dos céus,
senhores do discernimento e coragem bastantes para rodar a maçaneta da porta que
está á nossa frente, e dar o passo em frente, ficamos estupefactos:
- Os Reinos dos Céus não conhecem o Julgamento?!
- Deus não
Julga, nunca Julgou!!!
Para que não existam duvidas a esse respeito, na
entrada desse reino está um espelho enorme que reflecte sempre de volta o que
queremos levar connosco. E o que esse espelho mostra, é o reflexo dos nossos
próprios Julgamentos. – Julgar é uma ocorrência Egocêntrica e o Ego não entra no reino dos Céus.
Todos os
julgamentos são superficiais, baseados em aparências e acções facilmente
interpretadas por um qualquer estado anímico ou preconceito que sustente a
necessidade de exaltação, de segurança, de valorização ou de pertença. E Todas
elas são carências do Ego.
As necessidades do ego são o combustível da energia negativa, necessária ao desempenho e aprendizagens do
potencial terrestre, até um certo ponto. A partir desse ponto, essa energia auto-
alimenta-se, perpetuando a prisão a um ciclo auto-gerador de negatividades.
Para
se permanecer nesse ciclo basta querer fazer, querer interferir, isto é, basta
julgar, interpretar de acordo com os registos do passado.
O julgamento é apenas a mera
necessidade do Ego expressa pelo querer/ poder interferir numa dada situação. Basta
Julgar = Interpretar = rejeitar = recusar = estar contra = condenar para que um
círculo de negatividades seja reactivado e qualquer possibilidade de solução
positiva ficar prejudicada ou, pelo menos, adiada.
Ao que parece, será o grau de
compulsão da necessidade de interferir que determinará a libertação ou o
aprisionamento a esse círculo de negatividades. E o que o activa é o medo:
O medo gera ansiedade, a ansiedade gera
decepção e a decepção gera raiva. A raiva alimenta o medo, o medo gera
ansiedade, a ansiedade provoca decepção. A decepção activa a raiva, e assim
sucessivamente sem cessar… a menos que se pare de julgar ou de querer interferir.
Será sempre bom lembrar que o Amor não
Julga, nem condena nada nem ninguém, os perito nessa actividade são o Ego e o carácter sombrio da espécie humana.
Por isso é dito que, Deus não Julga, é
o Ser Humano quem Julga a si mesmo.
Por isso, é repetidas vezes sugerido o
aviso Celestial que nos adverte para a Realidade. E essa Realidade é pródiga em
mostrar que vivemos num sistema onde só a benevolência, a boa vontade, a
tolerância, a paciência, a cooperação, a ajuda mútua e o Amor salvarão o
universo, de outro modo esta Humanidade está destinada a aniquilar-se.
Ou seja, mostra que já é mais do que urgente, sair do ciclo das negatividades.
Para se sair desse circulo
vicioso alimentado pelo medo e
entrar na roda libertadora da benevolência e boa Vontade geradoras das
capacidades positivas acima mencionadas, bastará renunciar ao “querer fazer” e escolher,
simplesmente, o “querer ver”.
Todos os monstros desaparecem quando
nos predispomos a querer ver , ou seja, quando acendemos a luz da aceitação e
activamos a capacidade de estar consciente em cada situação.
Estar ciente começa pelo aceitar
tudo como é…
Aceitar tudo como é não significa
passividade, letargia ou prostração face aos acontecimentos da vida mas o estar
presente como um observador estável e objectivo em cada momento difícil de experimentar ou viver, por forma a gerar oportunidade em ficar consciente de tudo, incluindo
do que está a bloquear, condicionar, limitar ou a impedir a acção e mudança
positivas em cada situação que a exija.
Pressupõe tomar contacto com as sombras
sem as julgar até as integrar e incorporar.
Está nas mãos do ser humano a sua
condenação ou a sua salvação.
Os Deuses Vão desvelando os segredos e as
verdades na proporção em que a humanidade se revela capaz de as aceita, de as
integrar e finalmente de tomar decisões a partir da sua própria consciência
acrescida.
Em síntese, se diga:
A Aceitação é a chave da salvação do círculo das
negatividades.
Não Julgar é a chave da aceitação.
O ciclo das positividades
é alimentado por esta cifra inicial e a seguir por si mesmo, pela luz (=
informação) que até então era difícil ou impossível aceder.
Com a nova Luz do Amor.
Rosa Maciel