O Mundo ainda está muito
carregado de negatividades e visões de medo.
A pressão que as
negatividades exercem sobre as nossas células e sistema nervoso é portadora de
tensão e stress de toda a índole.
Nunca foi tão necessário
apelar á tranquilidade e lucidez, o que nada tem a ver com inércia ou
prostração.
Os tempos de hoje pedem
consciência e acção consciente face ao período de retribuição das negatividades
que o planeta atravessa.
Os exames das lições
difíceis que a humanidade precisa aprender são os acontecimentos que cada pessoa
experimenta na sua vida pessoal, no seu meio social e na nação a que pertence e
reside.
Sou Portuguesa, vivo em
Portugal, respiro Portugal.
Em Portugal respira-se o
pânico das decisões insanas instaladas e normalizadas desde o topo da pirâmide
até á base.
O desligar do Senso Moral
é notório e ostensivo nas mais diversas decisões políticas.
Os líderes Políticos e
representantes partidários revelam a falta de noção do bom senso e da razoabilidade
reflectido por um acolhimento cobarde e hipócrita por parte das organizações
sindicais e afins.
A Legislação perde, cada
vez mais, o contacto com o respeito pela dignidade da pessoa humana e a
essência do próprio estado de direito, e põe em causa, os mais elementares
direitos liberdades e garantias conquistados pelos rios e muitos mares de
sangue de muitos dos nossos antepassados.
A prolixidade de
despachos e decretos governamentais além de revelarem uma intranquilidade
mental, uma imaturidade egoísta e cega, carecem de lógica humanitária.
E esta toxidade demencial
contamina todas as áreas da vida social portuguesa mas as finanças públicas e o
sector laboral e o da educação constituem a expressão mais acabada de beco sem saída das
duras cabeçadas.
O povo, esse ainda
acredita que o milagre não é ele mesmo, mas algo que há-de vir de fora, algo
que lhe será dado.
Os encarregados pela
sugestões e educação espiritual ou estão presos na depressão da procura fora de
si mesmos ou estonteados pelos seus interesses insatisfeitos ou muito ocupados com
aureolas de santidade de um qualquer mestrado, mas quase todos esquecidos de que
a verdade de cada um já não é a verdade sobre si mesmo .
A visita geral deste panorama indicia de que o consciente colectivo ainda está
contaminado por um e único vírus = á ilusão de que o aspecto material e a realização material da vida são a finalidade da existência da humanidade.
Não o é, nunca o foi, nunca o será.
Os problemas materiais,
financeiros, emocionais não são a causa mas o efeito.
A crise financeira que
agora se agudiza socialmente com pretensões a crise humanitária, não é a causa,
é mero sintoma do problema muito maior que é o atraso de evolução da espécie humana .
Enquanto se tratarem os
efeitos como sendo a causa, as verdadeiras soluções nunca aparecerão, porque as
energias são dispersas em torno de um falso problema e, por isso, usadas para
continuar a ampliar esse falso problema.
A ideia de falta de dinheiro é falsa, porque o
dinheiro corresponde a uma mera ideia, a uma vontade expressa em papel ou numa
assinatura, a maior parte das vezes virtual.
A ideia de escassez de
bens é falsa. Nunca se teve tantos artefactos materiais e tecnologia para
produzir e reproduzir materialmente . Agora, o mau uso dos recursos naturais e tecnológicos
são outra questão e uma questão totalmente diferente.
Entretanto a crise de
recursos é falsa, corresponde a interpretações da realidade assentes em
premissas falsas, porque não há falta de recursos, o que se assiste é a um uso
inadequado dos mesmos.
A crise económica também
é uma ideia que só terá validade de mercado enquanto houver mercado e compradores para alimentar
quem a vende.
Portanto queridos amigos,
se não tivermos cuidado o século XXI será para muitos, a expressão mais acabada
do escravatura mental e intelectual. As pessoas estão a tornar-se escravas de
interpretações erróneas e das ideias menos lúcidas de outros assumindo-as como suas.
As Guerras que se avizinham
são guerras mentais, virtuais, e a única arma que as combaterá será a busca da verdade fortalecida
pela lucidez e a lógica capazes de discernir o Real do Irreal.
A única coisa que é verdadeira,
a única coisa que é objectiva e libertadora são os valores da verdade. E por
onde andam os valores da verdade?
Onde é que anda a ética, o senso moral e o
respeito humanitário?
Onde é que anda a
cooperação, o compartilhar, a valorização do trabalho e do real esforço?
Onde é que anda o sentido
de serviço e de dever, a ideia de bem comum, o senso de responsabilidade?
Onde é que anda o
respeito por si mesmo e por aqueles a quem se serve e dos que servem?
Onde é que anda a
lealdade, a integridade, a autenticidade, a honestidade, o altruísmo?
Onde é que anda o
conhecimento da ordem Universal?
Onde é que anda o respeito
e a aprendizagem dos mandamentos da Lei de Deus.
Onde é que anda a
consciência de Deus?
E o Ser Humano? Onde é
que anda o Ser Humano?
Como se vê bastarão algumas
poucas perguntas para se sentir e compreender que os problemas económicos e
financeiros são apenas espelho de uma degeneração de valores e da subversão da
finalidade da existência do Ser Humano.
A Solução passará pela
descoberta do paradeiro do Ser Humano e entretanto pela busca do que é SER um SER
HUMANO?
Nasci em Portugal, mas
felizmente não nasci cega nem surda e desde criança que ouço falar de crise económica.
Ando há mais de meio século a ouvir falar de crise económica! E se isto continua, vou
ouvir uma vida inteira a falar de crise económica.
A impressão que a minha experiência de vida me está a deixar colher nesta minha encarnação na nação
Portuguesa é que em Portugal a emoção privilegiada é a sensação de se estar
permanentemente na crista de um rodopio que só puxa para traz.
De facto, desde muito nova que experimento
uma espécie de fobia colectiva que aprisiona o inadvertido na vertigem do medo de andar para
a frente.
A Impressão que cada vez mais se acentua, é a de que se colocou
a evolução no prego na ânsia de colher frutos imediatos e resultados megalómanos.
Mas andar para a frente isso é que não, isso não alimenta lucros nem riqueza fáceis!
Andar para a frente exige correr riscos,
correr verdadeiramente riscos e riscos verdadeiros, por isso exige coragem,
autocrítica, auto-sacrifício, esforço, capacidade de superação, ousadia para
avançar no desconhecido, amor para se aceitar o que é e como é, para , a partir
daí , abrir-se para o que em verdade
pode vir a SER. Enfim, exige mudança,
verdadeira Mudança dos velhos paradigmas. Não o sucedâneo pobre da alternativa
ou do alternativo mas MUDANÇA. Um salto, um verdadeiro salto no NOVO.
A cada um compete descobrir como dar este
salto de mudança. Não adianta nada ficar á espera que o outro salte, porque
cada um só pode saltar por si. O máximo que se pode fazer é Confiar, Confiar
que estamos todos a saltar na mesma coordenada. Confiar e avançar.
Mas só avança e confia
quem constrói valores fortes e sólidos dentro de si.
Autoconfiança genuína é o inimigo número um da
vaidade, do orgulho, do apego, do acomodar ao facilitismo e ao falso conforto das
teias que prendem á paranóia da ideia fixa de necessidade de protecção e segurança.
A “
vaidade é o pior pecado” e este é um vírus altamente contagioso , incrustado na
vida político-social e socio-cultural portuguesa como uma espécie de pecado original de expressão individual e como imagem de marca de um ego corrosivo e verruguento que a cada um compete extrair e curar.
- Vamos lá queridos concidadãos,
o que é que precisamos de perder mais para retomar a humildade do Real Poder?!
- O que é que precisamos
sofrer mais para recuperar a força e a graça da nossa verdadeira condição?!
Os Portugueses não são
melhores que nenhum outro povo, tão pouco são piores.
Os Portugueses não são um
exemplo a seguir, tão pouco são um exemplo a descartar.
Os Portugueses são,
apenas, seres humanos, e seres humanos que se esqueceram da sua verdadeira identidade, que se
desligaram das verdades cósmicas e universais enquanto corriam atrás do Reino
do Preste João das Índias.
O Reino do Preste João
das Índias foi apenas um teste, um exame de busca que terminou num grande
desencontro por entre os labirintos da ganância e da grandiosidade.
Os efeitos da arrogância e da luxúria
esvaziaram um império, que por si mesmo, não tinha como não se esvaziar.
Restou o Amor, a eterna busca do Amor. Entretanto,
tornamo-nos um povo que fala de Amor com facilidade
sem que muito revele dessa qualidade. Um povo que se arroga a Voz do
Império do Espírito Santo e que no entanto pouco realiza esse espírito.
Um povo que faz
revoluções de flores para alimentar vampirismo!
Olhemos só como nos comportamos nas Urnas,
como escolhemos quem nos governa!
Olhemos só como gerimos o
nosso dia-a-dia!
Olhemos só como
acarinhamos o labirinto das críticas e do queixume, como carregamos as cruzes da
vitimização em lugar de assumir a responsabilidade!
Sebastianistas por mania,
persistimos nas visões de medo e da separação ao serviço do Imperialismo do
EGO.
Ansiamos por solução de
além do nevoeiro. Corremos atrás das brumas e por entre brumas cada vez mais
espessas onde pisamos chãos movediços e experimentamos soluções pantanosas.
Desta vez, não precisamos
de ir muito longe, nem de correr atrás de "mouros", nem de dobrar o Bojador, “nem
de levar no pêlo” fora do nosso território.
A batalha de Alcácer
Quibir é aqui mesmo, nas escolas, nos programas de educação, entre administração, educadores e
educandos;
nas organizações empresariais e associações laborais, na reabilitação das regras e condições de trabalho;
nas financeiras, nas finanças e no resto da administração pública, no esforço de reaver o " mal parado " daquilo que entregamos de mão beijada;
na assembleia da república a demitir todos os velhos do Restelo e a meter na ordem os senhores que lhes encomendam o sermão.
nas organizações empresariais e associações laborais, na reabilitação das regras e condições de trabalho;
nas financeiras, nas finanças e no resto da administração pública, no esforço de reaver o " mal parado " daquilo que entregamos de mão beijada;
na assembleia da república a demitir todos os velhos do Restelo e a meter na ordem os senhores que lhes encomendam o sermão.
E desta vez não
precisamos de descobrir nenhum caminho marítimo, nem sequer o caminho das
estrelas, o Adamastor está aqui mesmo, dentro do coração e da mente de cada um,
pronto a ser enfrentado, a pedir para ser enfrentado, porque até ele começa
a morrer de tédio e a faltar-lhe a paciência: - Eduquem-me, disciplinem-me ou
acabaremos todos, mais fundo que o fundo do mar. (Grita o Adamastor).
Vá lá meu povo senta -te
frente ao mar, deixa a esplanada, a bejeca, o cigarro e o bronzeador de lado, , simplesmente,
senta -te junto ao mar só para reflectir e respirar. Respira, respira até que
se assente a coragem de fazeres as perguntas que sempre adias-te fazer.
Pode ser que finalmente
descubras que enquanto procurares no chão do Mundo as Verdades que só captarás
dos céus Abertos, o Fado continuará a ser o teu destino.
E se o Fado te dá alguma
identidade ele não é a tua Realidade.
Então muda a música, pois
está nas tuas mãos mudar.
E então Muda, Muda o teu destino.
Rosa Maciel. Setembro/ Outubro 2012