9 de novembro de 2012

A PROPÓSITO DE UM NOVO “ CONCEITO DE IMAGEM.

                                                          http://www.virgilioferreira.com

Arte é  tudo o que traz em si mesmo um pouco de beleza e informação Universal.

Quando um Ser cria uma peça de arte torna-se num portador de mensagens  dos planos desconhecidos para o seu  Meio. 
    Mas é necessário um observador para que o belo e o conteúdo a mensagem dirigida à sociedade sejam reconhecidos.
O artista na  criação  e observador na apreciação criativa tornam-se  cúmplices na expressão da compreensão dos seus mundos interiores e das verdades ainda por desvelar mas já destinadas a nascer  para o  respectivo meio social .
Tornam-se, por isso , pais dos  fecundos  reflexos  da verdade e da beleza espelhados através do objecto criado.

Esta foi uma das experiência vividas ,  durante a minha estadia em Brighton no verão passado ,com o contacto e  observação  do trabalho de arte fotográfica de um querido amigo que agora torno presente:
 

                                    

                          
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A PROPÓSITO DE UM NOVO “ CONCEITO DE IMAGEM.
O que releva é que de dentro do coração se restabelece a vontade Férrea de Comunicar, através, não de uma comunicação banal, superficial, fútil ou inexpressiva, mas a partir do Centro da Profundidade de sucessivas camadas do Desconhecido.
Do Autor Adivinha-se um “Nunca soube a quem me apresentar nem a fonte de tão enigmática forma de expressar informação “ mas também a sentida tenacidade e força de vontade criadora metamorfoseada por entre os diferentes planos de um mesmo contorno congruente.
Dos contornos insinua-se um “Algo em si mesmo” que inicialmente necessitava ser provado lá pelo meio de condicionamentos próprios de lutas labirínticas, foi esboroando tal necessidade pelo escorrer do tempo na conquista de Espaço.
Dos brilhos pressentem-se viagens pelos sinuosos trilhos do reconhecimento e da valorização, agora esmaecidos por traços suaves mas repentinos que aniquilam, em si mesmos, esboços de muitas linhas de medo eclipsadas como vapor na atmosfera.
Dos tons resulta incólume, as várias nuances da vontade de comunicar, persistente na procura de estilo, forma e meio, sem no entanto, deixar de permanecer fiel ao núcleo principal da Essência que visa irradiar.
Aqui aportado, através da câmara e da foto, o jogo da luz e da sombra revela conteúdos de informações de si mesmo, ainda desconhecidas a aguardar germinar a partir do chão fecundo da experiência e da expressão pela palavra.
Uma arte tão conhecida mas muito mal compreendida espraia agora, através da imagem, códigos de evolução e do desenvolvimento alquímico dos mundos do Fogo e da Luz que em comunicação ardente e transformadora, ativa as memórias da transparência do subtil que permeiam o retorno à Origem. 
Assim desafiando a prosa contida do verbo narrado a puxar a ponta do fio do novelo da existência que pede ser desensarilhado e, com infinita lucidez, de novo enrolado.
Desatando os nós, atingem-se linhas de realidades subtis, aparentemente intangíveis, tecidas por fios de luz da Arte de materializar o encontro do final com o inicial. 
Isto é o retornar ao ponto onde todas as cores se resumem a duas, para depois se tornar numa só, onde o preto casa com o branco, concebendo a cor cinzenta da Integração.
E da(o) cinza abrem-se portas da elevação para o irrevogável do infinito onde as luzes das eternidades passadas cruzam com luzes das eternidades futuras.
Este ponto aparentemente intangível apresenta o tangível transfigurado de um desenvolvimento interminável que expande, como uma massa iluminada na proporção das forças da candura do merecimento, o conhecimento revelador dos segredos e de Verdades veladas.

Por fim o preto escuro, a cor da profundidade dos Desconhecidos, deixa de intimidar o humano por finalmente renascido na veste de Humanidade Genuína que se estende para além da forma em novos corpos mais energéticos e subtis.
A Consciência expande para além da acostumada perceção e visão, sem se tratar de ilusão ótica, antes uma nova tecnologia geradora de diferente olhar.
Entretanto um novo universo é gerado e criado para além das fronteiras e dos horizontes onde fé e ciência já se tornaram história, expandindo para fora do âmbito do próprio cérebro criador.
Novos mundos, novas linhas, novas cores, novos brilhos e novas formas de Comunicação tornam-se Conscientes, Reais e Tangíveis.
E uma nova linguagem arrasta a essência do átomo para além do átomo, novas realidades recriam a imagem e novas imagens recriam a realidade.
Assim se constroem os universos a partir do pensamento.
Esta é a síntese da “magia criativa” dos atuais códigos da Arte que informam sobre os reinos contidos na luz e pela luz da luz.




Com a Nova Luz do Amor. 
ROSA.

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 Nota informativa:
  Os códigos da Arte são os primeiros factores no despertar social.
  Eles emanam Luz  nos seus meios através da pintura, escultura, cerâmica, poesia e prosa.
  No entanto , como se disse , do reflexo de novas conjugações do jogo da sombra e da luz, nascem  novos meios por onde a  arte alcança expressar .
As  suas mensagens são sempre  dirigidas ás consciências sociais."   
    



16 de outubro de 2012

PORTUGAL E O DESTINO

" Certos tipos de sono só terminam com choques."










O Mundo ainda está muito carregado de negatividades e visões de medo.
A pressão que as negatividades exercem sobre as nossas células e sistema nervoso é portadora de tensão e stress de toda a índole.

Nunca foi tão necessário apelar á tranquilidade e lucidez, o que nada tem a ver com inércia ou prostração.

Os tempos de hoje pedem consciência e acção consciente face ao período de retribuição das negatividades que o planeta atravessa.

Os exames das lições difíceis que a humanidade precisa aprender são os acontecimentos que cada pessoa experimenta na sua vida pessoal, no seu meio social e na nação a que pertence e reside.

Sou Portuguesa, vivo em Portugal, respiro Portugal.
Em Portugal respira-se o pânico das decisões insanas instaladas e normalizadas desde o topo da pirâmide até á base.
O desligar do Senso Moral é notório e ostensivo nas mais diversas decisões políticas.
Os líderes Políticos e representantes partidários revelam a falta de noção do bom senso e da razoabilidade reflectido por um acolhimento cobarde e hipócrita por parte das organizações sindicais e afins.
A Legislação perde, cada vez mais, o contacto com o respeito pela dignidade da pessoa humana e a essência do próprio estado de direito, e põe em causa, os mais elementares direitos liberdades e garantias conquistados pelos rios e muitos mares de sangue de muitos dos nossos antepassados.
A prolixidade de despachos e decretos governamentais além de revelarem uma intranquilidade mental, uma imaturidade egoísta e cega, carecem de lógica humanitária.
E esta toxidade demencial contamina todas as áreas da vida social portuguesa mas as finanças públicas e o sector laboral e o  da educação constituem a expressão mais acabada de beco sem saída das duras cabeçadas.

O povo, esse ainda acredita que o milagre não é ele mesmo, mas algo que há-de vir de fora, algo que lhe será dado.

Os encarregados pela sugestões e educação espiritual ou estão presos na depressão da procura fora de si mesmos ou estonteados pelos seus interesses insatisfeitos ou muito ocupados com aureolas de santidade de um qualquer mestrado, mas quase todos esquecidos de que a verdade de cada um já não é a verdade sobre si mesmo .

A visita geral  deste panorama  indicia  de que o consciente colectivo ainda está contaminado por um e único vírus  =  á ilusão de que o aspecto  material e a realização  material da vida  são a finalidade  da existência da humanidade.
 Não o é, nunca o foi, nunca o será.
Os problemas materiais, financeiros, emocionais não são a causa mas o efeito. 

A crise financeira que agora se agudiza socialmente com pretensões a crise humanitária, não é a causa, é mero sintoma do problema muito maior  que é o atraso de evolução da espécie humana .

Enquanto se tratarem os efeitos como sendo a causa, as verdadeiras soluções nunca aparecerão, porque as energias são dispersas em torno de um falso problema e, por isso, usadas para continuar a ampliar esse falso problema.

 A ideia de falta de dinheiro é falsa, porque o dinheiro corresponde a uma mera ideia, a uma vontade expressa em papel ou numa assinatura, a maior parte das vezes virtual. 

A ideia de escassez de bens é falsa. Nunca se teve tantos artefactos materiais  e  tecnologia para produzir e reproduzir materialmente . Agora, o mau uso dos recursos naturais e tecnológicos são outra questão e uma questão totalmente diferente.

Entretanto a crise de recursos é falsa, corresponde a interpretações da realidade assentes em premissas falsas, porque não há falta de recursos, o que se assiste é a um uso inadequado dos mesmos.

A crise económica também é uma ideia que só terá validade de mercado enquanto houver mercado e  compradores para alimentar quem a vende.

Portanto queridos amigos, se não tivermos cuidado o século XXI será para muitos, a expressão mais acabada do escravatura mental intelectual. As pessoas estão a tornar-se escravas de interpretações erróneas e das ideias menos lúcidas de outros assumindo-as como suas.

As Guerras que se avizinham são guerras mentais,  virtuais, e a única arma que as combaterá será a busca da verdade fortalecida pela lucidez e a lógica capazes de discernir o Real do Irreal.

A única coisa que é verdadeira, a única coisa que é objectiva e libertadora são os valores da verdade. E por onde andam os valores da verdade?
 Onde é que anda a ética, o senso moral e o respeito humanitário?
Onde é que anda a cooperação, o compartilhar, a valorização do trabalho e do real esforço?
Onde é que anda o sentido de serviço e de dever, a ideia de bem comum, o senso de responsabilidade?
Onde é que anda o respeito por si mesmo e por aqueles a quem se serve e dos que  servem?
Onde é que anda a lealdade, a integridade, a autenticidade, a honestidade, o altruísmo?
Onde é que anda o conhecimento da ordem Universal?
Onde é que anda o respeito e a aprendizagem dos mandamentos da Lei de Deus.
Onde é que anda a consciência de Deus?
E o Ser Humano? Onde é que anda o Ser Humano?
Como se vê bastarão algumas poucas perguntas para se sentir e compreender que os problemas económicos e financeiros são apenas espelho de uma degeneração de valores e da subversão da finalidade da existência do Ser Humano.
A Solução passará pela descoberta do paradeiro do Ser Humano e entretanto pela busca do que é SER um SER HUMANO?

Nasci em Portugal, mas felizmente não nasci cega nem surda e desde criança que ouço falar de crise económica. Ando há mais de  meio século a ouvir falar de crise económica! E se isto continua, vou ouvir uma vida inteira a falar de crise económica.

A impressão que a minha experiência de vida me está a deixar colher nesta minha encarnação na nação Portuguesa é que em Portugal a emoção privilegiada é a sensação de se estar permanentemente na crista de um rodopio que só puxa para traz.

 De facto, desde muito nova que experimento uma espécie de fobia colectiva que aprisiona  o inadvertido na vertigem do medo de andar para a frente.
 A Impressão que cada vez mais se acentua,  é a de  que se colocou a evolução no prego na ânsia de colher frutos imediatos e resultados megalómanos. Mas andar para a frente isso é que não, isso não alimenta lucros nem riqueza fáceis!

 Andar para a frente exige correr riscos, correr verdadeiramente riscos e riscos verdadeiros, por isso exige coragem, autocrítica, auto-sacrifício, esforço, capacidade de superação, ousadia para avançar no desconhecido, amor para se aceitar o que é e como é, para , a partir daí , abrir-se para o que em  verdade pode vir a SER.  Enfim, exige mudança, verdadeira Mudança dos velhos paradigmas. Não o sucedâneo pobre da alternativa ou do alternativo mas MUDANÇA. Um salto, um verdadeiro salto no NOVO

 A cada um compete descobrir como dar este salto de mudança. Não adianta nada ficar á espera que o outro salte, porque cada um só pode saltar por si. O máximo que se pode fazer é Confiar, Confiar que estamos todos a saltar na mesma coordenada. Confiar e avançar.
Mas só avança e confia quem constrói valores fortes e sólidos dentro de si.

  Autoconfiança genuína é o inimigo número um  da vaidade, do orgulho, do apego, do acomodar ao facilitismo e ao falso conforto das teias que prendem á paranóia da ideia fixa de necessidade de protecção e segurança.
A   “ vaidade é o pior pecado” e este é um vírus altamente contagioso , incrustado na vida político-social  e socio-cultural portuguesa  como uma espécie de pecado original de expressão individual e como  imagem  de marca de  um ego corrosivo e  verruguento que a cada um compete extrair e curar.

- Vamos lá queridos concidadãos, o que é que precisamos de perder mais para retomar a humildade do Real Poder?!
- O que é que precisamos sofrer mais para recuperar a força e a graça da nossa verdadeira condição?!
Os Portugueses não são melhores que nenhum outro povo, tão pouco são piores.
Os Portugueses não são um exemplo a seguir, tão pouco são um exemplo a descartar.
Os Portugueses são, apenas, seres humanos, e seres humanos  que se esqueceram da sua verdadeira identidade, que se desligaram das verdades cósmicas e universais  enquanto corriam atrás do Reino do Preste João das Índias.
O Reino do Preste João das Índias foi apenas um teste, um exame de busca que terminou num grande desencontro por entre os labirintos da ganância e da grandiosidade.
   Os efeitos da arrogância e da luxúria esvaziaram um império, que por si mesmo, não tinha como não se esvaziar.

 Restou o Amor, a eterna busca do Amor. Entretanto,  tornamo-nos  um povo que fala de Amor com facilidade sem que muito revele dessa qualidade. Um povo que se arroga a Voz do Império do Espírito Santo e que no entanto pouco realiza esse espírito.
Um povo que faz revoluções de flores para alimentar vampirismo!
 Olhemos só como nos comportamos nas Urnas, como escolhemos quem nos governa!
Olhemos só como gerimos o nosso dia-a-dia!
Olhemos só como acarinhamos o labirinto das críticas e do queixume, como carregamos as cruzes da vitimização em lugar de assumir a responsabilidade!

Sebastianistas por mania, persistimos nas visões de medo e da separação ao serviço do Imperialismo do EGO.
Ansiamos por solução de além do nevoeiro. Corremos atrás das brumas e por entre brumas cada vez mais espessas onde pisamos chãos movediços e experimentamos soluções pantanosas.

Desta vez, não precisamos de ir muito longe, nem de correr atrás de "mouros", nem de dobrar o Bojador, “nem de levar no pêlo” fora do nosso território.

A batalha de Alcácer Quibir é aqui mesmo, nas escolas, nos programas de educação, entre administração, educadores e educandos; 
 nas  organizações empresariais e associações  laborais, na reabilitação  das regras e  condições de trabalho; 
  nas financeiras, nas finanças e no resto da administração pública,  no esforço de reaver o " mal parado " daquilo que entregamos de mão beijada;
 na assembleia da república a demitir todos os velhos do Restelo e a meter na ordem os senhores que lhes encomendam o sermão. 

E desta vez não precisamos de descobrir nenhum caminho marítimo, nem sequer o caminho das estrelas, Adamastor está aqui mesmo, dentro do coração e da mente de cada um, pronto a ser enfrentado, a pedir para ser enfrentado, porque até ele começa a morrer de tédio e a faltar-lhe a paciência: - Eduquem-me, disciplinem-me ou acabaremos todos, mais fundo que  fundo do mar. (Grita o Adamastor).

Vá lá meu povo senta -te frente ao mar, deixa a esplanada, a bejeca, o cigarro  e o bronzeador de lado, , simplesmente, senta -te junto ao mar só para reflectir e respirar. Respira, respira até que se assente a coragem de fazeres as perguntas que sempre adias-te fazer.

Pode ser que finalmente descubras que enquanto procurares no chão do Mundo as Verdades que só captarás dos céus Abertos, o Fado continuará a ser o teu destino.
E se o Fado te dá alguma identidade ele não é a tua Realidade.
Então muda a música, pois está nas tuas mãos  mudar.
 E então Muda, Muda o teu destino.
Rosa Maciel. Setembro/ Outubro 2012